Nel corso dell’ultimo secolo la trasformazione dei ruoli e delle aspettative di genere, la dimensione interculturale, il mondo virtuale e molti altri fattori socio-culturali hanno determinato un grande cambiamento dell’immaginario legato alla dimensione di coppia. Laddove i mandati sociali tradizionali non definiscono più la vita privata a priori, spetta agli individui posizionarsi, aprendo una negoziazione continua tra i desideri individuali e il contesto nel quale questi si collocano. Ciò, da un lato, restituisce molta libertà nella definizione delle relazioni intime, dall’altro può esporre a una poliedrica conflittualità non sempre facile da gestire.
La relazione si sviluppa attraverso una contrattazione continua tra sé e l’altro, le reciproche esperienze, l’immaginario, il desiderio e le fragilità dei soggetti in gioco. Si definisce così nel tempo l’identità del rapporto e ciò che in esso è condiviso, ciò che viene considerato “legittimo” all’interno del proprio modo di stare insieme e ciò che, al contrario, non lo è. Questo processo, non sempre lineare ed esplicito, può tuttavia far emergere incomprensioni e conflitti capaci di causare, a volte, forti momenti di crisi, blocchi o sofferenza di una o di tutte le parti coinvolte, fino ad arrivare, in alcuni casi, a determinare la rottura della relazione stessa.
Il definirsi all’interno di un rapporto e comprendere cosa questo significhi per ogni individuo che lo vive, la contrattazione dei ruoli, i diversi modi di intendere e vivere la sessualità, la convivenza, la rottura dell’esclusività del modello monogamico, i cambiamenti derivati dalla genitorialità sono solamente alcune delle esperienze che possono portare a una situazione di difficoltà e crisi e quindi alla richiesta di sostegno da parte di un/a professionista. In presenza di situazioni di conflitto e malessere la terapia di coppia si propone innanzitutto come un luogo in cui riattivare un dialogo funzionale e costruttivo, che possa significare scambio e ascolto reciproco. La terapia rappresenta uno spazio protetto in cui le parti coinvolte si impegnano in una riflessione congiunta su di sé, e su di sé nella relazione con l’altro. Lo scopo è quello di costruire un percorso che possa, ripercorrendo gli eventi che hanno portato alla situazione di criticità, (ri)tessere connessioni tra la propria storia personale e quella condivisa al fine di rintracciare degli obiettivi comuni verso una nuova condizione di benessere.
Terapia de casal
No curso do último século, a transformação dos papéis e das expectativas de gênero, a dimensão intercultural, o mundo virtual e muitos outros fatores socioculturais trouxeram uma grande mudança no imaginário ligado à dimensão do casal. Se é verdade que as regras sociais tradicionais não definem mais automaticamente a esfera particular da vida, é tarefa de cada indivíduo se posicionar nela autonomamente, abrindo uma negociação contínua entre os desejos pessoais e o contexto no qual se encontram. Este cenário reinstitui, por um lado, muita liberalidade na definição dos relacionamentos íntimos; por outro, expõe a uma complexidade e a conflitos nem sempre fáceis de gerir.
Cada relação se desenvolve por meio de uma negociação consigo e com o outro, com as experiências recíprocas, o imaginário, o desejo e as fragilidades dos sujeitos em jogo. É assim que se define a identidade do relacionamento e o que nele é compartilhado, o que é considerado “legítimo” no próprio jeito de estar junto e o que, pelo contrário, não o é. Esse processo, não sempre linear e explícito, pode gerar incompreensões e conflitos que levam, às vezes, uma ou ambas as partes envolvidas a fortes momentos de crise, bloqueios ou sofrimentos ou provocam a quebra do relacionamento em si.
Algumas experiências que podem levar a uma dificuldade e crise e, portanto, demandarem um apoio psicológico profissional são se definir parte de um relacionamento e compreender o que isso significa para cada indivíduo envolvido, a negociação dos papéis, os diferentes jeitos de entender e viver a sexualidade, a convivência, a quebra da exclusividade do modelo monogâmico, as mudanças derivadas do tornar-se pai e mãe, entre outras.
Em situação de conflito e mal-estar, a terapia de casal é proposta acima de tudo como um lugar para reativar um diálogo funcional e construtivo, que possa significar troca e escuta recíproca. A terapia representa um espaço no qual as partes envolvidas se comprometem em uma reflexão conjunta sobre si mesmas e sobre si mesmas dentro do relacionamento com o outro. O propósito é construir um caminho que possa, retomando os eventos que levaram à situação crítica, (re)estabelecer conexões entre a história pessoal e a compartilhada para estabelecer novamente objetivos comuns e alcançar uma nova condição de bem-estar mútua.